sexta-feira, 8 de outubro de 2010

COMO DEVEMOS ORAR

COMO DEVEMOS ORAR

Oração é uma entrega pessoal a Deus em Cristo. Esta entrega e abertura do coração a Deus constituem a atitude fundamental da oração. Podemos estar em oração quando nos aproximamos de Deus por meio do pensamento ou palavras. "Aproximem-se de Deus, e Ele se aproximará de vocês! (Tg 4,8): Quanto mais perto chegarmos de Jesus, mais seremos capazes de experimentar Sua presença. A oração é uma conversa que envolve falar e ouvir, por essa razão continue sempre a falar com Jesus através de seus pensamentos. Não se preocupe em preparar palavras, fale espontaneamente o que vai ao coração e escute no silêncio o que Ele tem a nos dizer.  Jesus convida-nos a aliviar nossas cargas em oração: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso” (Mt 11,28).  
Esta é uma promessa de Jesus: "Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo" (Ap 3,20). Ele não precisa de qualquer informação, pois conhece melhor do que nós mesmos as nossas limitações, fraquezas, medos e problemas secretos, mas precisamos abrir a porta do nosso coração Àquele que nos ama infinitamente. A cura pode começar quando falamos a Jesus das nossas feridas. Quanto mais percebemos nossas limitações, mais intensa e eficaz será nossa oração, pois a Escritura diz: “Deus resiste aos soberbos, mas concede a graça aos humildes” (Tg 4.6). Assim, em oração podemos louvar, reconhecer nossa pequenez, oferecer e entregar nossa vida pessoal, nossas dificuldades, aflições, angústias...
O Catecismo Católico nos ensina que devemos iniciar nossa oração invocando: “Vinde, Espírito Santo”. "Ninguém pode dizer 'Jesus é Senhor' a não ser no Espírito Santo (1Cor 12,3). Cada vez que começamos a orar a Jesus, é o Espírito Santo que, por sua graça proveniente, nos atrai ao caminho da oração. Se Ele nos ensina a orar recordando-nos Cristo, como não orar a Ele mesmo? Por isso, a Igreja nos convida a implorar cada dia o Espírito Santo, sobretudo no início e no fim de toda ação importante do nosso cotidiano.109
O Papa Bento XVI enfatiza: “Vale lembrar, ao mesmo tempo, também alguns versículos do Evangelho de Lucas, onde o Senhor, em uma parábola, fala de oração, dizendo: “Se vós, que sois mal, dais coisas boas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai do Céu dará aos seus filhos o Espírito Santo”. O Espírito Santo – no Evangelho de Lucas – é a alegria, no Evangelho de João é a mesma realidade: a alegria é o Espírito Santo e o Espírito Santo é a alegria, ou, em outras palavras, de Deus não invocamos qualquer coisa, pequena ou grande, de Deus invocamos o dom divino, o próprio Deus; esse é o grande dom que Deus nos dá: o próprio Deus. Neste sentido, temos de aprender a rezar, rezar para a grande realidade, a realidade divina, porque Ele nos dá a Si próprio, dá-nos o Seu Espírito para que possamos responder às exigências da vida e ajudar os outros no seu sofrimento. Evidentemente, o Pai Nosso nos ensina isso. Podemos orar por muitas coisas, em todas as nossas necessidades podemos rezar: “Ajude-me”. Isso é muito humano e Deus é humano, como vimos; por isso é justo rezar a Deus para as pequenas coisas na nossa vida quotidiana”.
Continuando, sua explanação diz: mas, ao mesmo tempo, a oração é um caminho, eu diria que uma escada: devemos aprender mais e mais para que coisas podemos rezar e para que coisas não podemos, porque são expressões do nosso egoísmo. Eu não posso orar por coisas que são nocivas aos outros, eu não posso orar por coisas que ajudam o meu egoísmo, minha soberba. Assim, o orar, diante dos olhos de Deus, torna-se um processo de purificação de nossos pensamentos, nossos desejos. Como disse o Senhor na parábola da videira: devemos ser podados, purificados, a cada dia; viver com Cristo, em Cristo, permanecer em Cristo, é um processo de purificação, e somente neste processo de lenta purificação, de libertação de nós mesmos e da vontade de ter somente para si, está o caminho verdadeiro da vida, se abre o caminho da alegria.110
A Palavra também nos transmite confiança e esperança quando nos assegura: “Quando vocês me invocarem, rezarão a mim, e eu os ouvirei. Vocês me procurarão e me encontrarão se me buscarem de todo o coração. Eu me deixarei encontrar e mudarei a sorte de vocês, declara o Senhor” (Jr 29,12-14).. "Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com a vontade de Deus, Ele nos ouvirá" (1Jo 5,14).




109 CIC, 2670
110 Lectio Divina de Bento XVI com seminaristas da Diocese de Roma  19/02/2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário